Em meados do século XVI, Portugal  começou a implantar no Brasil um sistema produtor açucareiro, cuja  fase, áurea abrangeu da segunda metade desse século, até o final do  século XVII, com o apogeu entre 1570 e 1650.
A agricultura canavieira determinou a  colonização portuguesa no Brasil e, ao mesmo tempo, a criação das  primeiras formas político-administrativas aplicadas pelo Estado  português na colônia, como as Capitanias  Hereditárias e o Governo  Geral, além de ser a grande responsável pela introdução da  escravidão africana.
A instalação da economia  açucareira no Brasil obedecendo aos princípios do mercantilismo  vigente na época, decorreu de uma conjuntura externa favorável a  produto, uma vez que, na Europa, a expansão da demanda provocou um  sensível aumento dos preços do açúcar. Além disso, devem ser somados  outros fatores, como experiência anterior adquirida pelos portugueses  com produção das ilhas atlânticas, a tropicalidade da colônia: (solo,  clima, regime de chuvas, entre outros), especialmente do litoral  nordestino, a existência de um tráfico  africano capaz de fornecer a mão-de-obra escrava e finalmente, a  aliança com o capital flamengo. Os holandeses foram os responsáveis  pelo financiamento da instalação dos engenhos na colônia e pelo  transporte, refino e comercialização do açúcar na Europa.
O mundo açucareiro
O mundo açucareiro
Nas principais regiões produtoras de  açúcar, litoral da Bahia e de Pernambuco, foram rapidamente instaladas  dezenas de unidades produtoras, os engenhos.
Entendido como o conjunto formado  pelas terras (canaviais, pastagens e matas) e demais instalações onde  se processava a produção do açúcar, o engenho era o centro de gravitação  da vida do mundo açucareiro. Ao lado destes, existiam também as  pequenas unidades, voltadas para a produção de melaço, rapadura e  aguardente, denominadas engenhocas ou molinetes.
Enquanto unidade industrial, ou seja,  o conjunto dos equipamentos que transformava a cana em açúcar, os  engenhos podiam ser de dois tipos: o real, movido pela força água, e o  trapiche, impulsionado pelos animais. As instalações que formavam a  grande unidade produtora recebiam a denominação de casas, cada uma  delas envolvida num determinado estágio do processo produtivo: a casa da  moenda, a casa das fornalhas e a casa de purgar, entre outras.
No mundo açucareiro existiam diversos  tipos de fazendas ou propriedades. A grande propriedade  senhorial, ou engenho, constituía-se de quatro edificações que  caracterizavam a época: a casa grande, a capela, a senzala e o engenho,  propriamente dito. Além desta, havia também as fazendas livres,  médias e pequenas propriedades, e as fazendas obrigadas,  que eram terras cedidas pelos senhores-de-engenho a um colono, com a  obrigação de moer a sua cana no engenho do senhor, deixando com ele mais  da metade da sua produção.
Essa organização econômica definiu as  feições da colônia nos primeiros séculos da História do Brasil,  gerando uma sociedade patriarcal, conservadora, escravista, em  crescente miscigenação com indígenas e escravos e rigidamente  estratificada, geradora da imobilidade social.
O declínio da economia açucareira
O declínio da economia açucareira
Na segunda metade do século XVI, teve  início o processo de decadência da economia açucareira, diretamente  relacionada à concorrência da produção antilhana. Nessa área da América  colonial, os holandeses, depois de terem sido expulsos do Brasil, em  1654, montaram um complexo produtor de açúcar, onde desenvolveram  técnicas modernas, possibilitando o aumento da produtividade, um custo  menor de produção e, conseqüentemente, um menor preço para o mercado.
Com isso, o Brasil, que até então  tinha uma relação de monopólio com o mercado de açúcar, não se adaptou à  nova relação de concorrência. Da condição de primeira exportadora  mundial de açúcar, a colônia portuguesa passava a ocupar a quinta  posição entre os principais produtores, recuperando uma posição de  destaque, um século depois, ou seja, no final do século XVIII, dentro do  Renascimento Agrícola.
oi obrigado
ResponderExcluirme ajudou muito
no dever de casa.